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Indo Estudar nos EUA

December 15, 2016

Em Julho de 2014 tive uma das melhores oportunidades da minha vida: Estudar Fora do País. Durante minha graduação no IFPB no Curso Superior de Tecnologia em Sistemas para Internet (TSI), decobri o programa governamental Ciências sem Fronteiras. Após ler toda a documentação no site, resolve procurar amigos ou conhecidos que já participaram do programa no passado. Dois grandes amigos da mesma turma de TSI estavam participando de programas de intercâmbio no momento, um no Canadá e outro nos Estados Unidos. Passei algumas semanas conversando com eles e adquirindo um pouco da experiência a qual eles estavam passando no momento. Eles confirmaram tudo aquilo que eu já imaginava. Uma experiência única que só estando lá conseguiria descrever.

Foi então que resolvi arriscar, ou melhor, resolvi tentar. Como um grande amigo me ensinou 7 anos atrás que o não nós sempre temos, eu não tinha nada a perder ao tentar conseguir uma bolsa de estudos no exterior. Foi ai que depois de mais de um ano de planejamento, provas, espera, envio de documentos, passaporte e visto a tão esperada viagem aconteceu. Em meados de julho de 2013 um novo edital para bolsas nos Estados Unidos foi lançado. Ao Analizar todos os requisitos, percebi que estava habilitado ao concorrer a uma das bolsas, porém apenas um critério me deixava com um pouco de medo: TOEFL. Exame internacionalmente reconhecido, ele mede o seu nível na língua inglesa. A maioria das universidades nos Estados unidos utilizam esse teste para avaliar o nível de inglês de alunos internacionais, e dependendo do seu resultado, sua aceitação pode ser negada. De acordo com o edital do programa Ciências sem Fronteiras, nós teríamos 3 níveis de bolsas onde os alunos com pontuação muito elevada poderiam ser aceitos diretamente nas universidades. Os alunos com notas acima da média receberiam 3 meses de aulas de inglês na própria universidade e, ao termino, iniciariam as aulas na universidade. Os alunos com notas medianas receberiam o mesmo tratamento do segundo grupo, porém ao invés de 3 meses de aulas de inglês, receberiam 6 meses. Os alunos abaixo da média seriam cortados do programa.

Assim que iniciei meus estudos no IFPB eu percebi que precisaria aprender inglês. Tudo na área de tecnologia é escrito em inglês, as linguagens de programação são escritas em inglês, os melhores sites são em inglês, os melhores livros são escritos em inglês e a lista so cresce. Percebendo essa necessidade, que é básica em muitos países desenvolvidos(como na Áustria onde moro atualmente), resolvi cumprir o papel do estado, o qual foi omisso durante toda a minha educação básica, e me matriculei em uma escola particular de inglês em João Pessoa. Durante 2 anos, eu teria aulas todos os sábados durante 2 horas. Nada se compara a uma experiência em um país de lingua inglesa durante alguns meses, porém esses 2 anos de aulas foram suficientes para me ajudar a construir uma boa base, me dando condições de evoluir rapidamente.

Com essa simples base que pude construir ao longo de 2 anos, é chegado o momento da prova. Realizamos o exame em nossa própria instituição, onde ficamos por 3 horas sendo avaliados. Com o passar de algumas semanas recebemos o resultado. Fiquei no segundo grupo. Eu receberia 3 meses de aulas de inglês nos Estados Unidos, com um professor americano e logo após ingressaria na universidade.

Após todo o processo de aceitação no Florida Institute of Technology (FIT), em junho de 2014 eu estava em Melbourne, Florida, iniciando minhas aulas de inglês. Passados 3 meses aulas de inglês, 8 horas por dia, 5 dias por semana, percebi o quanto eu aprendi em tão pouco tempo. Arrisco a dizer que esse pouco tempo equivaleria a mais de 20 anos de aulas nos sábados nas escolas particulares no Brasil. Um dica que dou para todos os meus amigos é: Junte grana e vá fazer um curso de inglês fora. Nem que seja por apenas 20 dias. Vai valer muito mais a pena que pagar por um ano de inglês no Brasil.

Ao ingressar no FIT, percebi que as aulas não são muito diferentes que as aulas no Brasil. A diferença está no interesse dos alunos e no suporte que esses mesmos alunos recebem dos professores e da instituição. Tive a grande oportunidade de trabalhar com um dos melhores professores da instituição, o Dr. Eraldo Ribeiro, e aprendi muito sobre como o ensino e a pesquisa funcionavam la fora. Foram 2 semestres de muito aprendizado, não apenas conhecimentos técnicos, mas também uma grande experiência cultural, a qual mudou completamente minha forma de ver o mundo.

Entrega do diploma pelo Presidente do FIT Dr. Anthony James Catanese Entrega do diploma pelo Presidente do FIT Dr. Anthony James Catanese

Ao finalizar meu segundo semestre no FIT, tive a grande oportunidade de realizar estágio no Embraer Engineering & Technology Center (EETC) como Web Developer. Trabalhei com pessoas incríveis de todo o mundo, aprendi muito sobre a cultura do trabalho americano e como os relacionamentos interpessoais possuem um papel gigantesco em nossas carreiras. Foram 3 meses de muitas experiências, onde fiz muitos amigos, recebi valiosíssimos conselhos que estão me ajudando até os dias de hoje.

Visita ao Embraer Lineage 1000 Visita ao Embraer Lineage 1000

Claro que se eu fosse descrever tudo o que aconteceu durante um ano e meio isso renderia um texto gigante (Me arrependo de não ter escrito sobre as experiências durante aquele tempo), porém a mensagem que quero passar é de que sempre saia da sua zona de conforto, procure desafios que te levarão mais um nível acima, algo que te faça evoluir para melhor. Não cometa o erro de pensar que será fácil e rápido, mudanças sempre exigem um esforço maior, porém as recompensas serão muito maiores.